sábado, 22 de junho de 2013

DISTÚRBIOS TEMPORAIS

Milhões de luzes no firmamento,
cometas percorrendo a imensidão,
eis o mundo, eis a vastidão do mundo
num segundo tudo muda, tudo se forma.

Raios clareiam o cosmo medonho,
deixando vagas lembranças de outras eras,
e bailam as águas nos oceanos...
fomentando contorções azuis em furiosas ondas.

Mas ainda brincam as crianças órfãs,
sonhando um futuro confortável;
e bailam as gramíneas nos campos livres,
colorindo o corpo da terra em sensual beleza.

E segue o carro dos acontecimentos...
escrevendo no tempo a história dos homens;
mas, ainda lamenta a filha dos poetas,
sangrando na face, chora e morre.

E tudo se resplandece, se mostra,
dizendo que não longe o gigante ressurge...
trazendo nas mãos a balança de ouro,
e tragando do vento o perfume do mistério, se comove.

Então nos olhos da noite surgem duas luas, 
uma de prata outra de ouro, e gritam, e assombram,
pondo medo até aos sete dragões milenares;
mas tudo isso ainda não acalmará a lebre.

Farão promessas, e contarão as horas,
e sequer terão ouvidos para entender a canção...
enquanto nas alturas feras aladas sopram seu veneno,
e caem no sono os heróis, que ainda estavam imaculados.

Um comentário: