domingo, 2 de junho de 2013

MATA VIRGEM

Vento nas folhagens coloridas
da selva encantada nas colinas,
pássaros costurando a abóbada
num zig-zag de sobrevivência.

No riacho prateado com águas fresquinhas,
peixinhos coloridos distribuem harmonia;
enquanto nas altas árvores seculáres,
macacos fazem algazarra se mostrando para a selva virgem.

E no horizonte uma lágrima cai...
é o sinal da chuva que se insinua,
querendo molhar os campos de trigo;
enquanto na lida o pai recolhe o pão de cada dia.

E segue o carrossel da existência,
cada qual lutando por si e por todos;
mas são nas asas do soberano falcão,
que a liberdade se aliena em ferocidade.

E o sol soberano está a meio céu,
e a sirene das cigarras orquestra os ouvidos,
enquanto os urubus rodopiam na imensidão celeste;
mas a chuva não demora, já está chegando...

Mas antes de chegar,
faz o céu se vestir com trajes sombrios,
e o sol se esconder em sua morada secreta;
depois se anuncia, com sua voz de trovão.

Só depois ela vem em seu carro liquefeito,
molhando as paisagens do mundo;
fazendo os brotos surgirem vorases como sempre,
rejuvenescendo o que antes estava velho.

                  Julio Cesar da Costa

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