sábado, 27 de julho de 2019

Olá galera, tudo de bom e muita saúde e paz a todas as pessoas do mundo inteiro, afinal de contas não importa de que país somos, somos uma grande família, essa é a verdade. Hoje resolvi postar mais um de meus poemas e espero que seja do agrado de vocês:

CAIXA DE PANDORA

Alguns dias na esbórnia da vida,
dançando ao vento ao sabor da liberdade;
de meus cabelos pouco se sabe,
a não ser que eram fartos, grisalhos e antigos.

Acordava de manhã e perdia-me no bosque,
colhia avencas de canelas pretas;
derribava terra nas valas secas,
e voava, se não na realidade procelosa e velha,
ao menos nos sonhos que viviam junto a mim molhados.

Era uma graça todo o meu arvorar pela vida a fora,
e não muito longe, além dos montes,
ainda que de vez em quando podia ouvir
o rugido da esperança chamando-me a luta;
mas, talvez por covardia ou coragem eu sempre seguia em frente.

Medonhamente eu seguia em frente,
pisando cabeças, quebrando braços;
feito um boneco místico vestido de calça azul e casaca,
engolido pelo dragão interior que sangrava-me a alma
derrubando meu céu e queimando meu sol de calmaria.

Quanta solidão eu precisava!
Desesperadamente precisava!
Meu trem todo descarrilado era o vazio,
e meus poemas eram fumaça e enxofre;
e a vida estraçalhava-me cabalisticamente os neurônios.

Toda a explosão do universo... Bum!
E eu com minha caixa de pandora ao colo,
mas, já não valia a pena fecha-la outra vez,
era o meu tempo de desistir do que fora até então;
descruzar as pernas e continuar como de inicio...
Ensimesmado sobre mim mesmo.
(Júlio Dalvorine)
22/07/2019

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