domingo, 10 de novembro de 2019

          O texto que se segue foi extraído das reflexões de um antigo poeta e filósofo dos Países Baixos. Lembrando que o manuscrito fora encontrado nos fundos de uma caverna nos confins do mundo. Provavelmente do século III d.C.

         "... Vivo e, vivendo me arrasto pelas letras e pela liberdade. Ora sou bobo da corte, ora homem sério de pensamento incluído nas filosofias do mundo que por mais que estude ainda tanto desconheço. Já vi por minhas caminhadas, famintos rebeldes do rei às margens da obtusa sociedade atual. Sou de um tempo em que se é proibido dizer a verdade seja ela de qual esfera for. Ainda menino, já viajava com meu pai trabalhando no comércio de lã e venda de cavalos selvagens. Nessas andanças conversei com filósofos e ciganos. Aprendi pouco, mas, soube juntar todos os símbolos e me acerquei de exemplos de pessoas que viveram seus dias levando nos ombros, todos os detalhes que o mundo viverá provavelmente no futuro.
          Às vezes, minhas reflexões me levam a ser taxado de insano perante o povo simplório dessas aldeias esquecidas. Escrevo no papiro por ser o costume e a maneira mais eficiente que conheço(Acredito que surgirá jeito mais prático e fácil, mas não é pra agora) de registrar códigos em minha tradição. Lembrando que entre nós, poucos sabem escrever.
          Ma chamo Félemon, e posso dizer que ainda sou considerado jovem, tenho quase todos os dentes, sou rápido e meu físico causa inveja aos mais velhos da minha tribo. Se alguém encontrar meus escritos, peço que se não fizerem bem, destrua-os. Minhas cordiais saudações e que os deuses abram as nuvens e nos lave a todos com suas dádivas da felicidade e sorte. Félemon, comerciante, poeta e aprendiz de filosofia.

(Poeta: Júlio Dalvorine)

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