Saudações a todos que acompanham o canal "Arte e Cultura". Sou o poeta Júlio Dalvorine, e hoje estou postando mais um de meus poemas autorais, boa leitura a todos e viva a poesia!
TERRA E VENDAVAL
Tenho sensações dentro da alma,
convulsões intempórias, vontade de gritar;
nessa loucura, nessa imundície qualquer,
meu sangue ferve e sobe para a raiz dos meus cabelos.
As cores do girassol, a saudade da infância,
sou morte e vida, mas sou também terra e vendaval;
e nesses ares altivos do meu mundo,
sou poeta que se consome na fome de me matar.
Mas também sou os braços do sol,
e por esse céu límpido sou o azul do sem fim;
o sorriso da criança nas tetas da mãe,
e o bafo quente do deserto na aridez dos meus erros.
Escrevo sem perguntar pela minha caligrafia,
e no topo do meu crânio existem brasas,
prontas para queimar o brilho dos meus olhos;
não temo a noite, mas temo a cegueira da minha cegueira.
Me perdi no pântano das rebeldias,
e o uivo do lobo encheu-me de fúria;
não quero dizer nada, dizendo tudo ao mesmo tempo,
pois me tranquei no quarto solitário do arrependimento.
Mas sou feliz e rasgo meu sorriso para qualquer miserável que chora.
Dentro do meu peito há explosões e calmarias;
sou o hoje, e hoje, não direi viva a liberdade,
nem serei o pastor que pastoreia nas veredas do vento.
(autoria: poeta Júlio Dalvorine)
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